Vilarejo de Oakfield
Sex Nov 05, 2021 12:51 am
# # # # # # # # # # Trata-se de um vilarejo pertencente ao reino de Lioness, uma vila pacata e tranquila moradia de pessoas humildes que vivem naquela região. Apesar da humildade a vila esconde segredos ocultos, que deverão ser revelados em breve com a grande revolução que está para ocorrer, lar de muitas famílias e cheia de histórias para contar. # # # # # # # # # # |
- Mestre
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Data de inscrição : 07/11/2021
Re: Vilarejo de Oakfield
Dom Nov 07, 2021 10:48 pm
SOMBRAS SOBRE LIONESS
Era um dia como qualquer outro no reino, mais precisamente um dia pacato e tranquilo no vilarejo de Oakfield. Os moradores estendendo roupas, crianças brincando, estabelecimentos comerciais funcionando como de costume. Apesar das coisas estranhas acontecendo em Lioness, como a repentina doença desconhecida a qual o Rei Gallien foi acometido, a vida continuava a mesma de sempre por aqui.
Apesar de tudo que que aconteceu, os moradores que ali habitavam sabiam que estavam sendo protegidos pelos Cavaleiros Sagrados, enquanto os mesmos os protegiam da terrível ordem de cavaleiros Saligia, cavaleiros condenados por crimes dos Pecados Capitais que mataram a Rainha Rose e seu pequeno filho Tristan. Bom, pelo menos foi assim que eles foram pintados nos cartazes espalhados por toda Lioness e alguns reinos próximos.
Nesse cenário calmo e tranquilo, uma figura caminhava pela vila, um garoto de média estatura, cabelos castanhos, mais puxados para o tom claro, com olhos alaranjados, que caminhava assobiando pelo local, analisando tudo e a todos e parou quando escutou alguém comentando sobre uma figura sinistra de armadura que andava sobre os arredores de Oakfield, desde que o rei adoeceu.
-Eu tenho certeza que esse ser é a alma atormentada do rei, presa entre a vida e a morte! – Dizia um dos comerciantes que estava entregando seus pedidos pela manhã.
-Não, eu creio que possa ser um dos cavaleiros da Saligia, aqueles malditos nunca aprendem! – Respondeu outro aldeão.
Esse “ser misterioso” despertou a curiosidade do menino, afinal, quem estaria assustando tanto os aldeões desse jeito, ele estava ali apenas de passagem para comprar mantimentos, mas bem que ele poderia permanecer ali por mais algumas horas ou até mesmo dias, para descobrir do que se tratava aquela tal figura.
- Nier
- Mensagens : 19
Data de inscrição : 19/02/2019
Re: Vilarejo de Oakfield
Dom Nov 07, 2021 11:31 pm
O dito garoto voltava para o seu bar, o Delito. Acordara cedo para comprar mantimentos para ele, que estava fazendo um certo sucesso por aquela região. Continuava a se indagar sobre o que acabou de ouvir.
Ao ouvir os rumores, ele começa a parar de prestar atenção no mundo ao seu redor, e começa a pensar.
O Rei está morto? Não... Ele sabe quando vai morrer desde que despertou a habilidade de ver o futuro, e ele sempre falou que morreria em tempos de paz, com sua filha casada. Tem algo de muito errado nessa história...
Quebrando sua concentração, duas crianças passam correndo por ele, brincando de cavaleiros, com espadas de madeira.
-Ei, volta aqui! Eu, o grande cavaleiro sagrado Trevis vou acabar com você!
-Idiota! Eu sou o chefe da Saligia, o poderoso Nier e vou fazer você beijar o chão!
Ele sorri de leve ao ver as crianças se divertirem, e continua puxando seu carrinho de compras, para retornar ao seu bar, o Delito. Pensava em toda a paz em que o reino estava, e que talvez fosse melhor deixar tudo como está, mesmo com a suposta morte do rei.
Mas não.
Existe algo de muito errado. Quando isso passa por sua cabeça, seu semblante fecha e ele acaba de subir a pequena colina próxima ao vilarejo para finalmente entrar em seu bar.
Re: Vilarejo de Oakfield
Sáb Nov 13, 2021 3:45 am
Quando os cavaleiros da cidade viram o que estava acontecendo, logo se puseram a montar um palco para a execução. Com a movimentação, as pessoas começaram a olhar pelas janelas, vendo o que estava acontecendo.
Em menos de um minuto, o palco estava montado na frente deles, coisa que aparentemente era treinada. Quando se aproximaram, vendas foram colocadas nos dois, para não enxergarem o que estava acontecendo. Apenas sentiram serem colocados em ajoelhados no chão, para ficarem na altura correta.
No instante que sentem o contato do pescoço no toco frio de madeira, um frio desce dedilhando suas espinhas, anunciando que a morte havia chegado, e descido de seu cavalo baio pronta para usar sua gadanha em suas gargantas.
De fundo, conseguiam ouvir Jack discursar sobre ter pego dois terroristas e executá-los, mas não davam a mínima. Suor frio escorria por suas testas, enquanto centenas de pensamentos corriam suas mentes.
Como isso foi acabar assim? Eu só fiz o que o papai disse, saí pra tentar achar ajuda enquanto tomavam o castelo e vou ser morta por tentar ajudar o meu reino? Isso não é justo...! Eu quero que minha aventura continue e que eu ache a Saligia pra poder salvar todo mundo!
Pensava a princesa aos prantos, com seu pescoço branco como neve encostado em um sujo e úmido toco de madeira, com a venda começando a encharcar. Seus soluços e gemidos podiam ser ouvidos por quem estava perto, principalmente aquele que ela arrastou para a execução.
Por mais que tentasse lutar contra o seu destino inevitável, suas mãos e pés estavam amarrados, e se acabasse se mexendo demais, apenas teria uma morte mais dolorosa.
Perguntou o Cavaleiro Sagrado, que exalava um ar mágico aterrorizante, fazendo seu estômago revirar.
-Eu... – Lágrimas escorriam de seu rosto. – Não quero morrer... E... – Respirou em desespero. – E... eu quero salvar o meu Reino...! – Falou engasgando com o choro.
-Então nos faça um favor e morra, assim ele estará salvo de você e da Saligia! – Respondeu o mesmo homem, irritado.
Com toda sua força, abaixou o enorme e pesado machado, visando pôr um fim à pequena vida da jovem garota de cabelos vermelhos.
Um nó se fez no estômago de Camille, que esperava sua morte. Ouviu o som do machado cortar o ar, pronto para atingir seu pescoço e ceifar sua frágil vida, com o som da lâmina batendo na madeira. Seu corpo ficou leve, como se não tocassem em mais nada. Além disso, ele ficou quentinho. Então era assim a sensação de morrer?
Falou uma voz que ela rapidamente reconheceu.
-Acabou o show, pessoal. Sumam! – Gritou para a população que rapidamente fugiu para suas casas.
Vendo que conseguia se mexer livremente, sem nenhuma magia restringindo seus movimentos, tirou a venda e viu que o taverneiro estava a carregando no colo, também livre da magia. Olhando de perto, ele era bem forte fisicamente. Talvez fosse para proteger seu bar de invasores? Ela não sabia dizer.
Responde ela, após alguns instantes de silêncio para processar o que aconteceu.
Ele faz menção de colocá-la no chão, e ela graciosamente desce de seus braços, envergonhada por ser carregada por aí, parando do seu lado direito. Mas ainda não tinha entendido como aquilo havia acontecido. Ela com certeza ouviu o som do machado cortar o ar, mas não havia morrido. Olhando agora, viu que o machado estava cravado no toco de madeira em que estava alguns segundos atrás. O taverneiro havia salvo novamente sua vida.
-Ei, ei! Estamos na presença de uma princesa! Não te ensinaram modos na academia? – Retrucou o rapaz.
-N-Não se preocupem, eu não ligo pra isso... – Falou a princesa constrangida.
-Ah, entendi. – Falou o taverneiro. – Então pode continuar a xingar sem problemas! – Falou para Jack, arrancando uma risadinha da ruiva.
-Cala a boca, seu tampinha de merda! – Gritou espumando de raiva.
-Eu não sou tão baixo assim... – Comentou coçando o queixo. – De fato eu não sou altão, mas também não sirvo pra “tampinha”. Eu sou até mais alto que a Camille, por sinal. – Falou apontando para ela com o dedão, que concordou com a cabeça.
Jack urrou para o seu novo oponente, que estava zoando com sua cara.
-Eu vou te matar, te esquartejar e te espalhar por todo o Reino! – Ameaçou o homem, fazendo Camille tremer. – Eu sou Jack, um Cavaleiro Sagrado de seis estrelas!
-Olha, só por que sua mãe te disse que você é alguém tão especial, não quer dizer que seja verdade... – Retrucou coçando a orelha, e a menina riu tapando a boca.
-Vai se foder! – Gritou pegando o machado, e correndo para atacar os dois. – Prison Cut!
Ele parou de correr com o grande machado na direção dos dois, mas ainda pretendia dividir ambos em um único ataque. Com a magia imposta e pronta para disparar, girou a arma de lado para os atingir horizontalmente com uma carga mágica, e o rapaz ia se abaixar, mas notou que a princesa não foi rápida o suficiente. Logo, ele a puxou para baixo, com o ataque pegando de raspão em seu braço direito.
-Não foi uma boa ideia termos zoado ele! – Gritou a princesa, com medo e o seu salvador em cima dela. – Ele vai nos matar, ele é um–
-Aprendiz de Cavaleiro Sagrado. – Respondeu calmamente.
-Como você pode ser tão confiante?! – Bradou irritada. – Ele quase nos matou com isso!
-Não. Não chegou nem perto disso. – Afirmou convicto.
-Você quase perdeu um braço!
-Também não. – Falou negando com a cabeça. – Eu tenho uma pergunta para você, sobre Cavaleiros Sagrados. – Ele ergueu a cabeça, olhando para Jack. – Você também pode responder se quiser.
-Parem de conversar! – Replicou irritado, e disparando outra onda mágica.
Ambos se levantaram, e ele segurava a garota com sua mão direita para correrem.
-Como são divididos os ranks de Cavaleiros Sagrados aqui em Lioness?
Camille olhou confusa, porém respondeu.
-Por estrelas, sendo os de Seis Estrelas os excepcionais.
-Correto! – Exclamou. – E existem quantos Cavaleiros Sagrados de Sete Estrelas? A condecoração quando você se torna muito mais poderoso que o de Seis Estrelas?
-Errado! – Exclamou novamente. – E como o Jack não parece querer brincar, eu respondo. Existem catorze. E você está indo atrás dos outros sete.
-Mas a Saligia não existe mais! – Gritou, sem gostar de ser puxada enquanto eram disparadas ondas mágicas em sua direção. – Isso não passa de uma história boba, que meu pai não deixava de acreditar!
-Ei! – Ele retrucou. – Não desista tão fácil! Você está quase acabando meu questionário!
-Mas-
-Sem mas! – Gritou rindo. – Como você identifica um dos membros da Saligia? Pra estar indo atrás deles, você deve saber identificá-los.
-Eles são baderneiros, destroem tudo e não são muito civilizados... – Falou franzindo a testa.
A garota fechou os olhos tentando lembrar, e uma centelha de luz de conhecimento brilhou em sua mente.
-As tatuagens! – Berrou, enquanto era puxada com força para fugir de um corte. – Eles também têm tatuagens que representam seus pecados!
-Bingo! – Anunciou feliz. – Se lembra de quais eram as tatuagens?
Ela fechou os olhos e foi recitando.
Um grito desesperado, não do taverneiro, interrompeu sua fala, enquanto sentia sua mão esquerda livre, que antes segurava a mão direita do garoto. – O que foi?!
Ela abriu os olhos, e estavam na frente de Jack, que olhava chocado para o seu oponente. O seu enorme machado de batalha era segurado por apenas dois dedos do dono do bar. Além disso, outra coisa chamava sua atenção, no braço do garoto. Camille colocou seu olhar para o mesmo ponto que o seu quase algoz olhava, e também se chocou.
-Continue, Camille. – Falou calmamente e sorrindo. – Qual é a última tatuagem?
Disse abrindo um grande sorriso.
-E então, acha que ele fica bom no meu braço? – Indagou baixinho para a princesa, que olhava com lágrimas começando a escorrer de seus olhos.
-Não é possível, você...!
-Bom, permitam-me me apresentar direito para os dois. – Pronunciou enquanto explodia a lâmina do machado com os dois dedos.
-Como você continua com essa aparência? – Gritou desesperado Jack.
-Não importa. – Respondeu dando de ombros. – Mas olha cara, se o que você diz de ser um Cavaleiro Sagrado de Seis Estrelas é verdade, os Cavaleiros Sagrados ficaram extremamente fracos nos últimos anos, ao ponto que eu sinceramente me decepciono. Porém, isso dá pra ver de longe que é uma mentira deslavada, nem estrelas sua armadura tem! E eu vou te mostrar a diferença entre um membro da Saligia e um Aprendiz de Cavaleiro Sagrado!
Nier chuta Jack no queixo, o fazendo sair de perto deles. Ele começa a energizar sua magia em cada uma das duas mãos, colocando-as em posições perpendiculares, andando em direção ao cavaleiro.
Ao ver a energia massiva e aterrorizante na sua frente, o cavaleiro começa a se afastar, e põe as mãos na frente de seu rosto.
-Não vai adiantar de nada, Jack. Desista. – Fala Nier, que continua a aumentar a energia, ao ponto de fazer com que o cavaleiro desmaie, devido à pressão direcionada a ele. Nier apenas suspira, decepcionado.
-Você derrotou ele? – Pergunta Camille, se aproximando e parando de seu lado.
-Claro, mas vamos embora. Não é uma boa ideia ficar aqui. – Ele fala indo em direção ao seu bar, e quando passa por Camille, para, gira no seu próprio eixo e dá um peteleco no nariz da moça.
Ela apenas ri, e continuam a voltar para o bar.
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