Vilarejo de Antares

Catherinny é uma jovem humana de cabelos e olhos da cor lilás, que vive no vilarejo de Antares, e trabalha como garçonete em uma taverna da cidade. Ela sai da hospedaria onde vive e vai para a taverna para começar o seu turno novamente. Ela entra na taverna e começa a atender os clientes.



Tudo estava normal como sempre, até ouvir o Sr. Dominick, um senhor de idade que é o dono da taverna onde trabalha, discutindo com alguns cavaleiros que, na certa, estavam querendo ir embora sem pagar como das outras vezes, mentindo novamente que pagariam no final do mês. Eles nunca pagaram as suas dívidas, e isso já estava dando nos nervos de Catherinny. Ela se aproxima do Sr. Dominick e pergunta:

 – Sr. Dominick, está tudo bem? - Ele olha para Catherinny e em seguida aponta para alguns cavaleiros a sua frente, que estão juntos de um cavaleiro sagrado.

- Esses...– Ele fez uma pausa obviamente tentando não usar as palavras erradas, para, no final, usá-las de forma irônica como sempre faz. – Esses... "cavalheiros" estão tentando me extorquir novamente.

O Cavaleiro Sagrado o responde em um tom de voz mais alto que o necessário:

- Para alguém que é protegido todos os dias por nós, você está sendo bastante ingrato. – Seu rosto expressava nojo para o taverneiro.

Sr. Dominick o responde falando mais alto do que o cavaleiro, começando então a praticamente gritar.

- Não é como se vocês fizessem bem o seu trabalho, ainda mais com um fantasma andando pelas redondezas e a Saligia à solta por aí, enquanto vocês estão aqui só me causando prejuízo!

O Cavaleiro Sagrado agarra o Sr. Dominick por suas vestes e fala gritando:

- Velho insolente! Além de ofender a nós, os grandes Cavaleiros Sagrados, você toca num assunto proibido? Você quer ser preso?

Catherinny segura o pulso do cavaleiro sagrado e o aperta, até que ele solta o Sr. Dominick.

-O que está fazendo, sua garota doida?

- Não é proibido falar da Saligia, e muito menos é ético bater em um velho indefeso. Ah, o que estou pensando? Vocês deixaram de ser  éticos há muito tempo. – Seu sorriso era sarcástico.

O cavaleiro sagrado que ela segura tenta se soltar, mas ela mesma o liberta, ao mesmo tempo que soca sua barriga com mais força do que o necessário e o mandando para fora do estabelecimento. Os outros cavaleiros tentam imobilizar a menina, mas ela faz com que eles se unam ao seu companheiro. Ela sai da taverna e avisa aos cavaleiros que golpeou e estão jogados no chão esforçando-se para se levantar:

- Vocês estão proibidos de voltar  a frequentar esse lugar até que paguem o que devem. – Quando ela se vira para voltar para a taverna, se depara com um rosto um tanto familiar de seu passado. 

Um rosto familiar até demais. Mas resolve não questionar o fato de sua aparência não ter mudado depois de todo esse tempo. 

- Quelle surprise, capitaine! O que faz aqui? – Ela olha para a garota que está ao lado do capitão e não a reconhece – A julgar pela sua companhia você não está aqui pela comida!

Ela viu o garoto a olhar com uma expressão de surpresa,mas sorrir logo em seguida, ele estava provavelmente se lembrando de todas as  vezes em que ela usou essa língua das fadas sem perceber. Ele olhou os cavaleiros atirados no chão, sorriu novamente e voltou a olhar para ela.

- De fato não estou, talvez mais tarde. Estou aqui porque preciso de sua ajuda e de nossos outros companheiros para enfrentar o que está por vir. A propósito. – Ele se vira para a garota ao seu lado. – Princesa, esta é a Skanfy, o Pecado da Preguiça, apesar de estar bem diferente do que a imagem do cartaz. Tudo bem que esperava encontrar o Asura aqui... Mas um pecado é um pecado. Todos são bem poderosos. E parando para pensar, por você ser a nossa cozinheira, faz sentido estar aqui.

-Muito prazer, Lady Skanfy! Sou a princesa Camille Lioness. Estou em busca da Saligia pois vocês são os únicos que podem me ajudar a salvar o reino dos Cavaleiros Sagrados. Peço que se junte a nós, por favor!

- Enchanté. - A garota diz automaticamente, enquanto pensa sobre isso, realmente não seria muito bom ignorar o perigo outra vez, não, isso não seria muito correto. Ela olha para a princesa que possuía um olhar de grande expectativa, o que a fez se sentir culpada por ter pensado em recusar o seu chamado, mesmo que apenas por um segundo. -Tudo bem, me unirei a vocês, afinal de contas eu não me juntei a Saligia para ser garçonete em uma taverna qualquer enquanto meus companheiros lutam. Esperem apenas um momento enquanto pego minhas coisas. – Falou enquanto se virava.

- Certo, a gente espera. – Respondeu Nier fazendo um sinal de positivo para ela.

Ela entra na taverna, pega a bolsa com o seu arco e flechas junto às  suas roupas normais, que sempre leva por precaução, e se despede do Sr. Dominick, entregando uma bolsa com contas mágicas que os cavaleiros sagrados usam, com um manual de instruções de como usá-las. Quando sai pela porta da taverna, ela retorna a sua aparência verdadeira, uma garota de cabelos e olhos azuis, com uma roupa combinando com suas cores, além de mostrar sua tatuagem de travesseiro em sua panturrilha, e se junta a princesa e ao capitão Nier.



- Certo, agora faltam apenas cinco membros. Vamos para o Delito, o meu bar.

- Merveille, saio de um bar para lutar e vou para outro bar trabalhar... – Reclamou, enquanto começava a flutuar.

- Se quiser, pode limpar o chão ao invés de cozinhar... – Respondeu Nier.

- Você voa? – Perguntou Camille espantada.

Skanfy sorriu e voou alguns metros acima do chão.

- Mas é claro! Eu sou uma fada! – Falou estufando o peito.

-Que legal! Mas... cadê suas asas? – Perguntou Camille.

-Sei lá. Nunca tive. – Falou meio amuada.

Assim que eles planejavam sair em direção ao Delito, uma lança caiu em frente aos três.

- Nunca é fácil, né? –Falou Nier, se virando para trás.

- Onde vocês pensam que vão?

Eles se viram para trás e veem um homem em um robe preto com uma espada em mãos e com um tom arrogante, com certeza era um Cavaleiro Sagrado. Um homem de cabelo preto médio, olhos roxos e adornos no olho e sobrancelha direito, além de usar maquiagem, Esse sujeito era um grande narcisista.

- Tá bom, deixem ele comigo. – Nier imediatamente correu em direção ao cavaleiro, e foi acertar um soco em alta velocidade para acabar com ele, porém...

 

...ele desviou com facilidade.

Estou ficando lento?

Nier acelerou seu ritmo e continuou a tentar acerta-lo, porém o cavaleiro começou a ficar mais rápido a cada golpe que ele desviava, com o homem rindo.

- Eu sabia! Você é um deles! Os rumores eram verdade! Você é um dos pecados da Saligia, e aquelas duas devem ser suas companheiras! – Ele gritava de maneira realmente escandalosa, fazendo os três olharem com cara de tacho para o Cavaleiro Sagrado. – Ou seriam suas namoradinhas? – Ambas sentiram um nó na garganta, seja por desgosto ou...

- Não, não são minhas namoradas, são só minhas companheiras. Agora trate de sair daqui, se não...

- Se não o que? Minha habilidade Drifter me permite roubar a velocidade de meus adversários! Agora você está tão lento quanto um homem normal!

Ao proferir essas palavras, acerta um soco com extrema velocidade em Nier, que voa em direção às  duas, sendo agarrado por Skanfy, que acaba sendo arrastada pelo impacto.

- Zut, você enferrujou nesses últimos anos, Capitainne?

- Você que ficou mais fraca, não me enche.

No final, ambos estavam certos, anos se passaram desde a última vez que lutaram para valer.

O homem então dispara em direção aos três, com toda a velocidade de Nier. Os três conseguem desviar e Nier agarra Camille para protegê-la, mas acaba batendo em uma parede.

Ou ao menos pensava que era uma parede...

- Ei, Mayo, ainda brincando em serviço? – Falou um homem careca e musculoso, que vestia um robe igual ao outro. Seu rosto era sério e assustador, Ele também carregava uma espada igual ao seu companheiro. Com certeza era outro Cavaleiro Sagrado.

- O que foi, Askin? Esses são membros da lendária Saligia, quero brincar com eles o máximo que puder! – Falou o homem pomposo.

- Skanfy, conto com você para derrotar esse cara estranho ali! – Ordenou Nier – Eu cuido desse grandão aqui.

- Alguma estratégia, Capitaine? - perguntou ela.

- Sim, a estratégia número 18 da Saligia...

- V-Você tem certeza disso?


                          

Os Cavaleiros e a Princesa olham com medo para os dois. O que seria a estratégia número 18 da Saligia?






 
- Sim... Corre!

Os dois Pecados saem em disparada, fugindo dos oponentes, e Camille é arrastada junto de Nier, porém quando nota, ela não está mais com ele.
 
Skanfy observou por um breve momento a curiosidade que passou nos olhos dos cavaleiros que se perguntavam "afinal de contas o que seria a estratégia de número 18?".

Bater em retirada, pensou a fada, que começou a entender o porquê de seu capitão tê-los feito decorar essas estratégias de fuga. Ela analisou seu oponente por um instante, o que era perfeito para a fada, afinal, para usar seu arco e flecha, ela não precisava tanto da sua velocidade, mas sim de sua habilidade adquirida em quase 413 anos de vida que levava a melhor.

Ela decide então brincar um pouco com o oponente, e começa a enfrentá-lo, começando com um chute.

- Sabe, sempre que eu me imaginava lutando contra um de vocês, eu nunca pensava em lutar com você em específico. – Disse Mayo desviando de seu chute.

- C’est, por eu ser uma arqueira, as pessoas nunca acham que um duelo comigo seria interessante... – Respondeu enquanto continuava a atacar.

- Isso me parece meio triste. – Falou o Cavaleiro Sagrado ao desviar do golpe da fada com certa dificuldade.

- N’est pas, passei a minha vida praticando especialmente para dar apoio, não para ser a lutadora de apoio. – Falou enquanto continuava a atacá-lo

- Então o que aconteceu nesse meio tempo que a fez aprender a lutar desse jeito? – Ele perguntou após ser atingido no peito.

- Além de ter que aprender a me esconder...

Ela ouviu um grito feminino vindo da direção para o qual Nier seguiu e decidiu acabar com a luta armando seu arco e dizendo a seguinte frase:

- Eu me tornei um membro da Saligia no final das contas. – Após falar isso, o atingiu com algumas flechas usando a sua impressionante força. - Você até que é um bom lutador, mas não há nada que possa fazer pra se defender de minhas flechas!

As flechas de Skanfy rasgaram o robe de Mayo, destruindo-o por completo, deixando-o apenas de cueca. Enquanto o Cavaleiro Sagrado ficou chocado pela roupa dele estar em pedaços, Skanfy aproveitou para acertar o pé bem na cara bonitinha dele, nocauteando-o, arrancando um dos dentes da frente, arruinando o seu sorriso perfeito.



Depois de derrotá-lo, Skanfy seguiu na direção de seu capitão para o auxiliar com o adversário com o qual ele lutava no momento.

Camille foi agarrada, por Askin, no momento que Nier e Skanfy executavam o plano, Nier notou que a princesa não estava mais em seus braços.

- Isso é uma injustiça com a lei dos mais fracos! - A princesa exclamou tentando achar alguma forma de sair das mãos daquele enorme homem.

-Camille! - Nier não estava com uma cara nada boa, e apesar de estar muito mais lento que um humano comum, estava preocupado com a princesa.
                                       
-Camille? - Askin se aproximou para olhar a princesa bem de perto, a reconhecendo e soltando uma risada. – Ei Mayo, essa garota é a princesa, dá pra acreditar?!

O forte Cavaleiro Sagrado começou a mover Camille de um lado pro outro, batendo com a garota nas árvores próximas, como se ela fosse um brinquedo para criança.

- Não brinque comigo! - A princesa murmurou, apenas para si e segurou no antebraço do homem. Ela notou que as esferas que os Cavaleiros Sagrados usam estavam presas à um bracelete, e reconheceu a esfera de ataque. 

Ela a pressionou e quebrou, soltando sua energia no antebraço do homem, que, então, é liberada sob a forma de uma explosão de luz, tão intensa que cega seu inimigo temporariamente. Ao mesmo tempo, o calor da explosão é tão intenso que incendeia o corpo do seu adversário e faz sua pele e vestes entrarem em combustão. Tudo ocorreu tão rapidamente que, caso Askin não se jogasse  no interior de um reservatório de água, ele morreria em questão de segundos e não perceberia o que ocorreu.

Camille gritou ao ver que estava caindo da altura que estava, quando Nier a pegou no colo antes que caísse no chão.

-Está doendo? – Perguntou ele, num tom preocupado, obtendo um não da  princesa.

-Consigo me curar. – Ela respondeu. Ela pegou a esfera de cura que pegou do bracelete do Cavaleiro Sagrado e a mastigou, curando os ferimentos dela mais rapidamente.

O Krioni realmente fez umas coisas interessantes...

Askin se jogou num pequeno lago que havia ali perto, olhando com extrema raiva para a princesa.

-Sua garotinha desgraçada... – Ameaçou Askin. – Agora você vai pagar muito caro por isso...!

Nier a colocou sentada numa grande rocha que estava ali perto, e com um sorriso gentil afagou os cabelos de Camille.

-Agora deixe comigo.

-Só tome cuidado. – Respondeu com certa preocupação.

-Não se preocupe, não vai durar muito. – Afirmou Nier, se virando para o Cavaleiro Sagrado.

Com a confiança que Nier transmitia, Camille apenas concordou, concentrando em reunir suas forças para curar os ferimentos causados por Askin.

O Cavaleiro Sagrado disparou com toda sua velocidade para cima de Camille, mas Nier se colocou em sua frente. Sentia sua velocidade voltando, provavelmente o outro havia sido derrotado ou os efeitos simplesmente passaram.

Quando chegou na frente de Nier, acabou sendo acertado por um soco vindo de cima de sua cabeça, fazendo-o ir para baixo.

No instante que atinge o chão, Askin sai rolando e então se levanta, dispara e desfere um soco em Nier, que segura a mão do homem, mas com um veloz movimento, acerta um soco no Pecado com sua outra mão, fazendo-o cair no chão.

-Haha! Vocês pecados não são lá tudo isso! Agora, eu vou levar a princesa capturada e seu corpo morto para Gladiolus!

Ele vai em direção a princesa que o olha calmamente, até sorrir e apontar para trás dele.

-O que?!

Antes que pudesse entender o que estava acontecendo, sentiu um forte impacto no meio de sua face e seu nariz se esfacelar, com o sangue escorrendo. Quando olhou para Nier, viu o joelho do rapaz sujo com seu sangue.

-Por que diabos esses cavaleiros são tão convencidos?

O oponente levanta sua mão usando sua magia, Explosion mas...

 

 

 

- Icer! - gritou Nier.

A explosão é congelada juntamente do homem, que cai inconsciente dentro de um enorme bloco de gelo no chão.

- Capitaine! Camille! – Chega Skanfy correndo.

- Ah, olá Skanfy. Derrotou aquele cara?

- Oui, ele era fraco. Vocês estão bem?

-Sim, estamos! – Disse Camille descendo da pedra. – Acho que podemos ir pro Delito logo, não é? Antes que apareçam mais malucos...

Os dois riem, e finalmente podem ir para o Delito.

Após esse pequeno combate, Nier e Camille voltam levando Skanfy para o bar. Quando chegam, Ryon os recepciona:

- E aí, Nier? Outra garota? Quantas que você pretende trazer para sua festa no bar? Já não bastava a princesa de Lioness? Pretende dormir com as duas? – Fala o bichano com um tom sarcástico, olhando para a princesa, que começa a corar.

- Sier N-N-Nier... – chamou Camille.

- Ignore o gato, ele gosta de falar bobagens e encher o saco. – respondeu Nier. – Entendeu, Skanfy?

Quando Nier se vira pra ver a garota, percebe que ela está hipnotizada pelo gato.


                                        

 -Kyaaaah! Un Chatton! – Skanfy pula e abraça o animal. – Se soubesse que você tinha um, viria mais cedo! E ele ainda pega fogo! E fala!

- Ai ai... acho que temos menos um problema... Ao menos assim, você fica um pouco segura das garras desse animal malcriado, certo Camille?

-Obrigada, Sir Nier... – Ela se senta numa mesa e se debruça, sorrindo. Nier se senta em sua frente e começa a passar as mãos nos cabelos vermelhos da jovem, e diz:

-Feliz por ter encontrado mais um dos meus companheiros, Camille?

-Sim! Ela conseguiu jogar vários cavaleiros para fora de um bar brincando e derrotar um Cavaleiro Sagrado em sequência! Com certeza conseguiremos salvar o reino. Por sinal... – Ela faz uma pequena pausa em sua fala, e se aconchega mais na mesa. – Você realmente gosta de passar as mãos no meu cabelo, não é?

                                         

Ele olha meio desconcertado para a princesa. Nunca havia perguntado se ela gostava disso, apenas começou a fazer cafuné nela, o que por alguma razão, o acalmava.

-Você não gosta? – Pergunta chateado.

-Não, não! – Ela exclama negando. – Eu não gosto, eu adoro!

Ele sorri feliz para ela, e volta a falar.

-Bem, com certeza salvaremos o reino, porém... – Ele para e olha toda sua taverna. – Será que conseguiremos abrir o bar nesta  cidade? Acho que podemos conseguir algum dinheiro... Hey, Skanfy – Ele olha para ela, que os observava com o gato no colo, ambos com um olhar que não gostavam muito do que viam. – Você pode cozinhar pra gente, não é?

A fada o observa com um olhar de desaprovação, por ele duvidar de suas habilidades na cozinha

                       

-É claro que sim, sempre fui eu quem cozinhou nas missões, Ne pas se souvenir?– Responde irritada com a pergunta idiota.

- Ótimo, então abriremos o bar. Camille, coloque a roupa de garçonete e Skanfy, você coloque um avental e vá para a cozinha. Ryon, pode ir para o armazém e suprir Skanfy. Eu ajudo a Camille a atender os clientes. Então, vamos começar?

Os outros presentes no bar concordam sem muito ânimo, mas abrem as portas, e começam a trabalhar.